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quinta-feira, 26 de julho de 2007

A Tablatura

Sempre tive um certo preconceito em relação à notação musical por tablatura. Isto porque o que eu conhecia de tablatura até então era totalmente precário e amador frente às possibilidades que hoje reconheço nela, hoje. Antes eu prezava mais a partitura tradicional, porque era a grafia dos "músicos eruditos". Mas havia um pequeno detalhe. Eu nunca tive fluência na leitura de partitura ao violão. Concordo que é tudo questão de hábito, mas particularmente tenho muita preguiça (e esta é a verdade) de ler as bolinhas na pauta, porque até hoje meu ouvido e minha memória me serviram o suficiente para tudo que precisei tocar.

O violão lança uma dificuldade de leitura em particular que é a tal da digitação. Nem toda partitura pra violão disponibiliza digitação de alguns trechos mais complexos e para muitas das notas do violão há três ou mais diferentes locais onde elas podem ser executadas. A variedade de fôrmas escalares, de arpejos, de intervalos (dentre dezenas de outras justificativas) faz com que se torne um desafio a leitura de partitura à primeira vista ao violão.

Na tablatura, um 3 na terceira linha de cima pra baixo é corda 3 sendo tocada na casa 3 e pronto! É uma leitura imediata e mais orgânica para este instrumento. Tem suas limitações é óbvio, mas a partitura também tem. O melhor é saber aproveitar o que as duas tem de melhor: a facilidade de reconhecimento da digitação da tablatura e as possibilidades de se expressar outros parâmetros do som, assim como peculiaridades técnicas e expressivas da partitura. Ou seja, a tablatura torna-se uma escrita bastante completa quando mesclada à símbolos da notação tradicional.

Acredito que o uso da Tablatura pelos guitarristas do rock tenha gerado o preconceito por parte dos violonistas que sabiam ler partitura (que era o meu caso). Azar o de quem ainda é preconceituoso! Esta notação está aí para facilitar a vida de quem quiser. Hoje prefiro fazer anotações ou rascunhos para ensaio através da Tablatura, pela praticidade e economia de tempo que ela me proporciona.

Mas a melhor de todas as formas grafia, pra mim, ainda é a "neurológica". Bom ouvido e boa memória musical ainda são as habilidades que mais me facilitam a vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

No início da nossa vida escolar só podemos usar o lápis. A caneta é proibida. Quando nos é permitido o uso da caneta, nos sentimos "mais adultos"; é a realização de toda criança. Conforme o tempo passa e, dependendo da carreira que abraçamos, a caneta passa a ser usada só para assinar documentos. O lápis volta a ser usado com mais freqüência. Afinal, dscobrimos que as coisas mais simples são as melhores. Como você mesmo disse, a partitura é mais "erudita" (a caneta) mas a tablatura é bem mais prática (o lápis).