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quarta-feira, 25 de julho de 2007

O método


Primeiramente, etimologicamente a denominação de aula "particular" é diferente da de aula "individual". Se alguém procura por aulas "particulares" significa que procura atenção especial de um professor para aprender sobre um certo assunto. Nessas condições o aluno tem a melhor oportunidade de usufruir do seu próprio ritmo de aprendizagem, além de poder "escolher" o que quer aprender.

O papel maior de um professor na minha opinião é o de orientar, acima do papel de "ensinar". O conhecimento nunca esteve tão à mão e diversificado quanto está hoje. Só que quanto maior a lagoa, mais difícil se torna pescar um determinado peixe. Um pescador desorientado pode ficar lançando a sua linha para todos os lados sem nunca pescar o peixe que realmente quer. Mas aquele que quer facilitar o processo deve perguntar à um especialista onde pescar!

O aluno tem objetivos e o professor o guia para alcança-los. Simples assim? Não, não é tão simples. Existem vários tipos de alunos, com histórias de vida diferentes, influências, gostos diferentes, e objetivos diferentes com a música. Objetivos distintos requerem caminhos [didáticos] distintos. O mais "cotado" [objetivo] dentre os alunos que me aparecem (falo isso por mim apenas baseado em minha experiência pessoal de docência) é o de querer tocar [apenas]. Talvez o aluno não fale isso diretamente, mas torna-se muito perceptível através, principalmente, do seu ânimo frente aos assuntos teóricos.

É clara, pra mim, a necessidade de uma didática diferenciada para quem não almeja tornar-se músico profissional, por exemplo. Procuro sempre levar em consideração o que é relevante ensinar para cada aluno de acordo com seus objetivos, personalizando de fato o "ensino particular". O estudo da Música não é prioridade para a maioria das pessoas. Se seu aluno não gosta de Bach, não é necessariamente por não compreendê-lo; às vezes é pura e simplesmente por não gostar! Gosto é gosto e não se discute com conhecimento musical. E um bom professor deve estar preparado para trabalhar com o que tem.
[...] O melhor que um professor pode fazer é despertar a idéia de um tema na mente de seus alunos, de modo que se possa desenvolve-lo. Trata-se de fazer com que o descobrimento entusiasta da música preceda a habilidade para tocar o instrumento ou ler as notas, sabendo-se que o momento oportuno para introduzir esses exercícios é quando a própria criança [o próprio aluno] os pede. [...] (SCHAFER, Murray apud GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de Psicopedagogia Musical. SãoPaulo : Summus Editorial, 1988, p.105)